domingo, 31 de maio de 2015

Rio de Janeiro, um viva à carioquice! (Parte 2)

(Não se esqueçam, basta clicar nas fotos que elas ficam ainda maiores! Depois é só dar "esc" e voltar a ler)

Continuando a narrativa, chegou a hora do:

5º Dia: Praia de Copacabana e Praia do Leme

Pela manhã, antes de irmos para as praias, demos uma passada na:

Feirinha Hippie de Ipanema

Bem do ladinho do nosso apartamento, é realizada aos domingos na Praça General Osório, e foi o melhor lugar para compra de lembrancinhas que visitamos durante nossa passagem pelo Rio. Muitas e muitas barraquinhas por toda a praça, com produtos variados (imãs, camisetas, miniaturas, colares, etc) e bom preço, se considerarmos que estamos na Zona Sul da cidade. Na parte central ficam os quadros de artistas locais, formando quase uma galeria de arte, com obras muito interessantes, com preços que variam de algumas dezenas até milhares de reais.


Chris dando um rolê pela feirinha

Depois de batermos perna e fazermos algumas compras, deixamos os pacotes no apê e pegamos o metrô até a Estação Cardeal Arcoverde, em Copacabana. Dali andamos mais um pouquinho em direção ao Leme, pois nosso primeiro objetivo era o:

Forte Duque de Caxias

Fica no final da Praia do Leme, e custa R$ 8 por pessoa para a visita. Antes de chegar ao forte há que se fazer uma caminhada de 800 metros, bastante íngreme, por estrada de paralelepípedo. Uma vez lá, a atração são os enormes canhões e a bela e privilegiada vista para as praias do Leme e de Copacabana, além do Pão de Açucar e do Cristo Redentor. 



O esforço é grande...


...mas a vista compensa

Ao sair do forte, começamos a caminhar pelo calçadão da:

Praia do Leme

Embora menos famosa, é como uma extensão de Copacabana, dividindo com ela o tradicional calçadão ondulado e a animação de seu público. Não paramos em nenhum lugar por ali, mas tirei uma foto com a estátua de Ary Barroso, que se encontra em frente a um restaurante.



Um pá de cá pá de lá com Ary

Seguindo na caminhada, chegamos enfim à mítica:

Praia de Copacabana

Confome já dito, se emenda com a Praia do Leme, e tem uma vibração muito mais agradável do que a de Ipanema, com um clima de festa constante, mas sem ser bagunçada. E, mais importante, tem quiosques muito mais estruturados. Paramos no Quiosque do Lido, onde comemos uma porção de camarão, tomamos uma água de coco e um chopp cada um, e ainda ouvimos um sambinha ao vivo que estava rolando por ali. 



Aí sim!

Vários artistas exibem incríveis esculturas de areia pela orla da praia, e pedem uma contribuição pra quem quiser tirar fotos junto delas. Outra atração clássica do lugar é o lendário Copacabana Palace, um dos hotéis mais famosos do mundo, que só poderia estar em uma das praias mais famosas do mundo. Também há estátuas de Carlos Drummond de Andrade e de Dorival Caymmi, onde todo mundo para pra bater uma fotinho, mesmo sem ter nem idéia de quem eles sejam.


Tudo feito de areia! Só o castelo é de verdade...


Por um problema clássico de pecúnia, não nos hospedamos aí


Um chamego no Drummond


Um cheiro no Caymmi

Fiquei fã de Copa. Neste dia não saímos preparados para curtir praia, porque a previsão indicava chuva (quem mandou acreditar neles?), mas acho que no fim isso acabou sendo bom, porque se tivéssemos sentado nossas bundas na areia talvez não andaríamos todos os 4km do calçadão mais icônico do Brasil. Ao final desta caminhada, chegamos ao final da Praia de Copacabana, onde visitamos o:

Forte de Copacabana
 

Bem mais estruturado do que o Forte Duque de Caxias, conta até mesmo com uma filial da Confeitaria Colombo, com fila de espera proibitiva (duas horas!) na hora do almoço. A visita é mais tranquila, porque a área do forte é toda plana, sem as subidas de seu congênere e vizinho.


Embora óbvio, escreverei: é a entrada do forte!

A entrada custa R$ 6 e o complexo conta também com o Museu do Exército, que tenta mostrar a importância do exército na História do Brasil. Uma exposição em ordem cronológica recria algumas cenas importantes, com bonecos vestidos com uniformes representando militares famosos e ambientes recriando algumas passagens históricas.


Chris e o Marechal Rondon no Museu do Exército

Depois passa-se ao forte em si, que conta com dois gigantescos canhões no topo da construção. Dentro dela há a recriação de como o forte funcionava quando estava ativo, e sua importância na proteção contra os ataques franceses. Foi ali também que os militares revoltosos ficaram no que ficou conhecido como "Os 18 do Forte", movimento contra a hegemonia São Paulo/Minas Gerais nos anos 1920. Os retalhos da bandeira brasileira que os militares carregavam estão expostos aqui.


Um comando e Chris vai parar em Honolulu


Um lavatório para praças, outro para inferiores

Antes de irmos para casa, demos uma passadinha bem rápida na:

Praia do Arpoador

É como se fosse o cantinho da Praia de Ipanema, e dá acesso à famosa Pedra do Arpoador, que tem um famoso pôr do sol que acabamos náo apreciando, já que o sol simplesmente deixou de aparecer do meio pro fim de nossa viagem. Mas deu pra dar uma passeada e tirar uma foto com a estátua de Tom Jobim, menininho de tudo com seu violão no ombro.



Dedilhando com o Tom

6º Dia: Cristo Redentor e Maracanã
 

Com tempo instável no Rio, começamos a decidir nossos roteiros sempre pela manhã, de acordo com o céu. Neste dia amanheceu nublado, mas sem chuva, e com possibilidades de abertura, então decidimos rumar para o:

Cristo Redentor

Certamente a atração turística mais famosa do Brasil. Embora ambos já tivéssemos visitado o local, claro que não poderíamos deixar de ir juntos. Há várias maneiras de se chegar lá: de carro, de trem que parte do bairro de Cosme Velho, ou mesmo de ônibus. Mas nós usamos um sistema de vans que funciona às mil maravilhas. Elas saem da Estação Largo do Machado de metrô, e pelo preço de R$ 44 por pessoa levam até o topo do morro, na "cara do gol", com ingresso já incluso. As vans saem a cada 20 minutos tanto para ir como para voltar, não importando quantas pessoas estejam presentes. Os funcionários trabalham uniformizados e são muito atenciosos. Este sistema também funciona com saídas de Copacabana. Muito organizado, um tapa na cara de quem acha que no Brasil nada funciona.

Uma vez lá em cima, não há muito o que dizer. É o Cristo Redentor, cara! A estátua nem é a maior maravilha da história das esculturas, mas a paisagem que ela descortina é de matar. Dá pra ver o Rio de Janeiro inteiro. Claro que a situação lá em cima é de acotovelamento para tirar as melhores fotos, com um monte de gente abrindo os bracinhos para sair igual ao redentor. Mas isto faz parte do pacote, assim como a babel de idiomas que podem ser ouvidos. Me lembro de uns quatro ou cinco diferentes, muito além dos triviais inglês e francês. Tem que ir, nem que seja só pra ticar na lista de "já fui". 


A Lagoa Rodrigo de Freitas, Ipanema...

...o Maracanã e muito mais

De um lado, a turba...

...do outro, Ele. E a turba.

Voltamos de van para o Largo do Machado, e de lá pegamos a linha 2 do metrô, que nos levou até a Estação Maracanã para fazermos a visita ao:

Estádio do Maracanã

Existem dois tipos de visita, uma guiada e outra não-guiada, custando R$ 24 e R$ 36 respectivamente. A única diferença entre as duas, além do guia e do preço, é que a visita guiada entre nos camarotes. Acabamos optando pela não-guiada, que dá acesso à tribuna de imprensa, tribuna de honra, arquibancadas, vestiários e beira do gramado, além de um lobby onde há homenagens a alguns personagens marcantes do estádio, como Pelé e Zico.
 


Chegando ao Marião

Todos os setores visitados são restritos, ou seja, só dá pra conhecer uma parte da arquibancada, um vestiário específico, e assim por diante. Não dá pra pisar no gramado, mas chega-se bem pertinho dele, e dá pra sentar no banco de reservas. Tudo é muito bem organizado, e há funcionários sempre por perto para tirar dúvidas. Embora tenha sido mais interessante para mim, Chris também gostou do passeio. Só não consegui convencê-la a ver um joguinho do time dela, o Fluminense, que se apresentaria ali dentro de alguns dias.

Na entrada e na saída há uma loja que vende camisas e lembranças dos quatro times grandes do Rio, e também do América, conhecido como Ameriquinha, o time mais simpático da cidade.  



"Mas com jogo é mais legal, amor"


"Acho que hoje o professor não me coloca não"


Dá uma vontade de entrar em campo...

Não fizemos mais muita coisa durante este dia, apenas visitamos o:

Barra Shopping
 

Um dos maiores centros de compras da América Latina, foi nosso destino de fim de tarde porque a Chris precisava comprar um presente para o Yan, seu filho. O shopping é gigantesco, mas não andamos por toda sua extensão. Depois que a Chris achou o que queria, comemos um sanduichinho do Bob´s, que sempre acaba fazendo parte de nossas viagens, e conhecemos a maravilhosa Livraria da Travessa, linda e gigantesca.


Uma hora ou outra sempre rola um Bob´s

De noite, após um breve descanso em casa, saímos pra jantar no:

Sawasdee

Esta experiência está relatada com detalhes (ambiente, avaliação, preço, etc) em nosso outro blog, que pode ser acessado aqui


7º Dia: Lagoa Rodrigo de Freitas, Jardim Botânico, Botafogo e Flamengo

Acordamos cedo e saímos a pé, rumo à:

Lagoa Rodrigo de Freitas

Um dos lugares mais frequentados pelos cariocas para a prática de esportes, como ciclismo e caminhadas. Com problemas sérios de poluição, e recentes casos envolvendo violência, ainda assim é um clássico da cidade, mais um entre tantos. Fica aos pés do Corcovado, o morro onde está o Cristo Redentor.


A lagoa e ao fundo o Corcovado

Claro que não caminhamos por seus quase 8 km de extensão. Nosso objetivo era chegar até o:

Jardim Botânico
 

Nossa caminhada até ele levou cerca de quarenta minutos. É o maior do gênero no Brasil, e também certamente o mais importante. Foi fundado por D. João VI em 1808, e apesar dos mais de duzentos anos, parece um menino. A entrada custa R$ 7 por pessoa, e dá direito a um mapinha do parque, com sugestão de um roteiro que passa por seus pontos mais importantes. Foi este roteiro que fizemos, e o passeio durou cerca de uma hora, bem tranquilo, com tempo para um lanchinho e para fotos, já que o local é muito fotogênico. Sua via de palmeiras imperiais é um cartão-postal da cidade.

Chris fazendo parte do cartão-postal

Seres estranhos no cactário


No Rio até os ímpios acreditam que o Cristo é onipresente

Saindo do Jardim Botânico, pegamos um ônibus rumo ao bairro do Catete, onde nosso objetivo era visitar o:

Museu da República

O museu fica hospedado no Palácio do Catete, que foi sede do governo federal de 1897 até 1960, quando a capital foi transferida para Brasília. Nada menos do que 16 presidentes passaram por ele. Foi também em um de seus quartos que o então presidente Getúlio Vargas se matou em 1954. Infelizmente o segundo andar do prédio, onde está o quarto, junto com o revólver utilizado para o ato e o pijama manchado de sangue, estava fechado para manutenção quando de nossa visita. Ficamos bem frustrados. Ainda assim o passeio vale a pena. No térreo, chama a atenção a sala usada para as reuniões com ministros. No primeiro andar cada cômodo tem um estilo diferente de mobiliário, teto e ornamentos, formando um todo eclético ou, para ser menos bonzinho, uma mixórdia completa. Mas a riqueza de detalhes em cada um deles impressiona.



A sala de reuniões com os ministros


Um ratinho tirou esta excelente foto


Mais um dos recintos

Para completar a visita, os jardins do palácio são abertos ao público, e são belíssimos. Continuam mais ou menos como eram na época que o local era usado como residência dos presidentes. Há também uma loja  de discos e livros, uma pequena sala de exposições e um café.


O belo jardim aberto ao público geral

Saímos pela parte de trás do jardim, sentido praia, e demos uma caminhadinha pelo enorme:

Aterro do Flamengo
 

O parque inteiro tem sete quilômetros de extensão, de modo que só conhecemos um pedacinho dele. Como o nome indica, trata-se de um parque feito sobre uma grande área aterrada da Baía de Guanabara. Há pista de cooper, quadras esportivas, e muitas espécies vegetais. Ah, e muitos gatos também...


Gatos no Aterro do Flamengo

Já que ali estávamos, fomos até a:

Praia do Flamengo

Como todas as praias banhadas pela Baía de Guanabara, não é própria para banho, nem é muito bonita, mas tem uma bela vista para o Pão de Açúcar.



Ao fundo o que de mais belo há na praia

De noite, às 20h30, tínhamos reserva no restaurante:

Olympe

Esta experiência está relatada com detalhes (ambiente, avaliação, preço, etc) em nosso outro blog, que pode ser acessado aqui


8º Dia: Centro, Santa Tereza e Botafogo

Nos dirigimos novamente ao centro da cidade, onde fizemos a visita à:

Biblioteca Nacional

Uma das maiores do mundo, guarda um exemplar de cada publicação brasileira. Qualquer uma mesmo! Até um jornalzinho de uma pequena cidade do interior tem que mandar um exemplar para cá. Claro que nem tudo fica no mesmo prédio, a biblioteca tem outros espalhados pela cidade. Embora estivesse em reforma, continuava com as visitas liberadas, tanto para consulta como para visitação guiada. Esta acontece de hora em hora, e passa por várias salas, explicando o funcionamento de cada uma delas, de forma bastante detalhada. Mas as fotos dentro das salas não são permitidas. Neste dia nós apenas conhecemos as áreas comuns, que não precisam de guia, e tiramos algumas fotos das áreas onde é permitido fotografar, porque iria demorar muito para o próximo horário da visita guiada. Esta nós fizemos no dia seguinte, mas não tiramos nenhuma foto. Por conta disso, decidi escrever sobre a atração no dia de hoje.


Cara de mau na Biblioteca Nacional

O lugar é cheio de obras raras - como um original de Os Lusíadas de 1572 - mas estas obras não ficam expostas. Uma pena. Daria pra fazer um belo museu com tudo que há ali. De que adianta estas coisas ficarem guardadas? Depois do passeio entre livros, fomos para algo mais mundano. Visitamos o histórico:

Bar Amarelinho

Fundado em 1921, é uma referência na Cinelândia, região central da cidade que ficou famosa nos anos 30 por conta de seus cinemas, bares, teatros e boates. Fica bem pertinho do Theatro Municipal.



Chris está de azul e preto. Sentada, gente!

Do Amarelinho caminhamos até o bairro da Lapa, onde fomos até a:

Escadaria Selarón
 

Um ponto turístico dos mais pitorescos da cidade. Trata-se de uma escada que foi toda cravejada de restos de cerâmica pelo artista chileno Jorge Selarón, transformando-se em uma obra de arte. O artista morreu em 2013. O resultado de sua obra é muito interessante, com mosaicos diversos, tanto na própria escada quanto em suas laterais.  


Como dá pra perceber, a escadaria é bem popular

Subimos todos os 215 degraus da escadaria, e chegamos ao bairro de:

Santa Teresa

Famoso por conta dos bondes, o bairro tem outros atrativos, e vale uma visita mesmo agora que eles estão desativados após um grave acidente em 2011. Tudo indica que eles voltarão a funcionar ainda este ano. O bairro foi todo construído no alto de um morro, e seu relevo é bem irregular. A Escadaria Selarón termina da Ladeira Santa Teresa, ou seja, tivemos que subir mais pouquinho até chegarmos à Avenida Almirante Alexandrino, a principal do bairro. Caminhamos por ela e conhecemos alguns ateliês e lojas de artesanato. O bairro é um dos destinos preferidos de turistas estrangeiros jovens e descolados, estilo mochileiros, portanto é comum encontrar com eles por todos os cantos. Eles já fazem parte da paisagem, e dão certo charme ao lugar.  



Esperando um bonde que não passará, por enquanto

Ainda em Santa Teresa, conhecemos o:

Parque das Ruínas

Nesta parque os resquicíos de um palacete receberam algumas intervenções para permitir aos turistas caminharem por entre as ruínas, e terem uma boa vista do centro da cidade e um pouco além. 



Ruínas, apenas ruínas

Vizinho a esta atração, conhecemos o:

Museu da Chácara do Céu

Antiga casa de um mecenas e colecionador de arte, chamado Raymundo Castro Maia, hoje o museu exibe sua vasta coleção de arte. Um dos andares estava interditado, de modo que só conhecemos uma parte do acervo, que também inclui alguns móveis e objetos antigos. Do lado de fora, no quintal da residência, uma bela vista para a cidade.



Parte do acervo e "nóis"

Não poderíamos ir embora de Santa Teresa sem passar no:

Bar do Mineiro
 

Fundado em 1992, se tornou um símbolo do bairro. Seu peticos mais famoso são os bolinhos de feijoada, mas sua cerveja extremamente gelada não fica muito atrás em termos de fama. Pedimos os dois. A porção vem com dez bolinhos (R$ 30,00) e é realmente deliciosa. O bar tem um astral gostoso, combinando com o bairro em que está abrigado: sem frescura e com muita autenticidade.


O delicioso bolinho por dentro, e um pouco do "visu" do lugar

Saímos do bairro de Santa Teresa de táxi, e pegamos um metrô até a Estação Botafogo. Nosso destino era a Casa Daros, com exposições de arte, mas ela estava sem nenhum exposição ativa. Visita frustrada, fomos a pé até a:

Praia de Botafogo

Neste clássico ninguém vence: assim como a Praia do Flamengo, aqui o que vale é a vista para o Pão de Açucar. A diferença aqui é a grande quantidade de barcos ancorados em sua marina.



Meio a zero pro Botafogo

9º Dia: Quinta da Boa Vista, Paço Imperial e botecos do Leblon

Lá no comecinho da parte 1 do texto eu falei que já tinha feito uma visita rápida ao Rio com a Chris. Este passeio (junto com parte da família dela) foi ao mesmo lugar que visitamos neste dia, a:

Quinta da Boa Vista

Trata-se de um parque municipal que fica no bairro de São Cristóvão. Para chegar até lá basta pegar a Linha Verde do metrô e descer na Estação São Cristóvão. O parque é bem amplo, com muitas árvores e pistas para prática de cooper.


Um pedacinho da Quinta da Boa Vista

As principais atrações do parque são o Museu Nacional, antiga residência da família imperial, que acabamos não visitando desta vez, mas que já tínhamos ido em nossa outra passagem juntos, e o:

RIOZÔO - Jardim Zoológico do Rio de Janeiro


Tá, confesso, também já tínhamos visitado o zôo em nossa outra visita por ali juntos, mas consegui convencer a Chris a irmos de novo, fanático que sou por zoológicos. A entrada custa R$ 6, e o preço barato já é um indicativo de como o lugar está um pouco detonado. Há muitos recintos vazios, outros meio largados e muitos com animais repetidos. Mas a área dos primatas guarda animais bastante difíceis de encontrar em outros zoológicos. Fora isso, apenas o básico, com destaque aos felinos como onças, tigres e leões.

Fera nanando

Pegamos o metrô para ir ao centro, onde conhecemos o:

Paço Imperial


Fica na Praça XV de Novembro, que eu já havia citado anteriormente. Quando a família imperial chegou ao Brasil, em 1808, foi aqui que eles moraram durante um bom tempo, até que D. João VI começou a achar o local muito bagunçado, por ser no centro da cidade, e se mudou para a Quinta da Boa Vista, que tínhamos acabado de visitar. Mas ele e os imperadores D. Pedro I e II, que vieram a seguir, continuaram despachando de dentro do palácio. Foi de suas janelas que aconteceu o discurso do Dia do Fico, e foi dentro dele que a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea. Trata-se, portanto, de um prédio importantíssimo. Com o tempo ele foi totalmente descaracterizado, e só recentemente passou por uma restauração que trouxe de volta um pouco de sua aparência original. 


O discurso do Dia do Fico pode ter sido de uma dessas janelas

Dentro dele há uma sala com uma cronologia de sua história, um restaurante, espaço para exposição e a:

Livraria Arlequim

Uma das mais famosas do Rio de Janeiro, vende - além dos livros, claro - CDs e DVDs, inclusive com raridades que não são fáceis de serem encontradas em outros lugares. Tem também um pequeno restaurante, e como a visitamos na hora do almoço, estava lotada, com muita gente almoçando e conversando em meio a pilhas de livros, já que o espaço não é tão grande e as estantes não comportam todos os livros. Lendo assim parece uma bagunça, e de fato é um pouquinho, mas é um ambiente agradável, que transpira cultura.



Fê pagando e a zona rolando

Foi neste momento que fizemos a visita guiada à Bilbioteca Nacional, que já falei anteriormente, mas desta vez não tiramos nenhuma foto. Depois voltamos para o apartamento. Era nossa última noite no Rio, e nossa idéia era fazer uma happy hour pelo:

Baixo Leblon

É a região do bairro do Leblon que ficou famosa nos anos 70 pela sua boêmia, e por ser point de famosos cariocas. Eu sugeri à Chris para passarmos em vários lugares ao invés de ficarmos em apenas um. Ela topou e assim iniciamos nosso tour etílico-gastronômico, para fechar com honras nossa estadia na cidade maravilhosa. O tour teve sete etapas. Nossa primeira parada foi na:

Academia da Cachaça
 

Nome sugestivo, não? A casa tem uma carta só de cachaças, com dezenas de rótulos, todos explicadinhos, com textos e informações sobre a marvada em questão. Tomei uma dose da Menina do Rio e uma da Melzinha, que eles mesmo fazem adicionando mel à cachaça Seleta. Também tomamos três chopps garotinhos (copo de 200ml).


"Nessa eu me formei com honras"

Na sequência fomos ao:

Chico & Alaíde

Aberto por um casal, ex-funcionários do Bracarense, outro bar do Leblon. Fica numa esquina, e tem mesas e cadeiras altas na calçada. Sentamos rapidamente para tomar mais três chopps garotinho e comer um kibe de cordeiro, que estava muito gostoso.



"Deixa eu ver o que vamos beber"


"Ela bebe bem mais que eu, percebe? Como assim, quem falou que é meu segundo copo?"

Seguimos caminho pela famosa Rua Dias Ferreira, parando em seguida no:

¡Venga!

Como o nome indica, é um bar de tapas espanholas. Ali tomamos uma long neck da cerveja espanhola Estrella Damm, produzida em Barcelona, e também comemos uma croqueta de jamon, ou traduzindo, croquete de presunto, muito gostosa, com bastante crocância por fora e cremosidade por dentro.



"Você leva esse, me deixa este, e traz aquele"


"Venga, que ainda estamos bem pracas!"

Ainda inteiros, prosseguimos em nossa jornada, parando no:

La Calaca
 

Se apresenta com o slogan "mexican gourmet". Pegamos a hora do happy hour, em que as bebidas vinham em dobro. Então tomamos dois chopps e uma porção de Papas Bravas, que eram batatas fritas apimentadas e maionese de chipottle. Estavam bem gostosas. O bar tem um lindo grafite na parte de dentro e agradáveis mesinhas altas quase na calçada.


"Claro que eu não vou cair desta cadeira!"


"Veja, nossos olhinhos ainda estão bem abertos"

Saímos do México e tomamos nosso rumo, fazendo mais um pit stop no:

T.T. Burger

A hamburgueria pertence a Thomas Troisgros, filho de Claude e um dos chefs do restaurante Olympe. É cheio de frases espirituosas nas paredes e no banheiro, além de uma plaquinha impagável na entrada, que está na foto aí abaixo. Tomamos uma cerveja Jeffrey´s Niña, de uma cervejaria carioca, com toques de limão siciliano. Bem mais ou menos. Também comemos a Batata do Thomas, que são chips no vinagre e sal. Apenas gostosinhas.



"E tenho dito!"


"Ops...calma, tá tudo sob controle..."


"Não disse? Se quiser a gente faz o "quatro""

Depois de já termos passado pela Espanha e pelo México, era a hora do Peru, literalmente, e isto se deu no:

El Chalaco

Claro que neste momento já estávamos bem "alegritos", e contávamos a todos os garçons sobre nossa jornada espiritual. O garçom daqui se divertiu bastante com o assunto. Tomamos um pisco sour (bebida à base do destilado pisco) e comemos um tiradito de salmon, que são as tiras do peixe com leite de tigre, pimentão assado e salsa creolla. Leite de tigre é um molho peruano, feito à base de limão, pimenta e gengibre, com sabor bastante ácido, e que a Chris não gostou muito. Eu adorei o prato, e comi quase tudo.


"Ei...ou...oba...filme eu! Tô aqui!"

"Amor, ninguém pode dizer (hirc!), que bebemos (hirc!) de barriga vazia. Ferpeitamente!"

Nossa última etapa foi bem ali do lado, no tradicionalíssimo:

Jobi

O bar existe desde 1956, e é famoso por seu chopp. É também bem concorrido, e não conseguimos um lugar para sentar. Pedi dois chopps no balcão, que vieram em copos de plástico, e fomos tomá-los na calçada. Ficamos ali tomando nosso último copo da noite (tirando os que ainda tomamos no apê, claro), e obervando os locais felizes em suas mesas. Um registro final bastante definitivo da alma carioca, cheia de alegria e descontração.


"Maix...ox doix copox pra mim?"

Começamos nosso tour por volta das 19h e terminamos por volta das 21h, ou seja, foram sete casas em duas horas. Gastamos uma média de vinte reais em cada lugar. Não era noite de ficar anotando preço nem nada, apenas de curtir. Em frente ao Jobi pegamos um táxi de volta pro apartamento, onde assistimos ao penúltimo capítulo da novela Império tomando as cervejinhas que ainda nos restavam na geladeira, uma delas inclusive com garrafa parecida com espumante. Não dava pra ir embora e deixá-las lá, né?

"Comendador, faz muito tempo que passamos de Bagdá?"

Conclusão

A conclusão óbvia é que o Rio de Janeiro continua lindo, que é uma cidade maravilhosa cheia de encantos mil, que do Leme ao Pontal não há nada igual, que é o purgatório da beleza e do caos e que nossa alma canta quando o vê. Entre outros versos.

Não reli meu texto ainda, mas enquanto escrevia já deu pra notar a quantidade de vezes que eu escrevi coisas como "clássico", "mítico", "icônico" e quetais. De fato visitar o Rio é conhecer todas aquelas imagens que estão em nosso inconsciente, seja via novelas da Globo, fotos, filmes ou outra fonte qualquer.

Claro que eu já fui preparado também para todos os lados ruins que dizem sobre o Rio, como desorganização e violência. Chris, que conhecia o Rio bem melhor do que eu, também foi preparada para isso. Mas o fato é que fomos surpreendidos.

Em relação à violência, não fomos vítima e nem presenciamos um único ato deste tipo. Ficamos na cidade por nove dias, andamos muito a pé, pegamos ônibus e metrô, estivemos no centro muitas vezes, e nada. Neste momento exato coisas muito tristes tem aparecido nos notíciários em relação à cidade. Não dá pra negar o óbvio, os fatos aconteceram e são terríveis, notadamente o esfaqueamento de um homem num ponto de ônibus e a morte de um médico na Lagoa Rodrigo de Freitas. As mazelas do Rio, a maioria fruto da enorme desigualdade social que grassa no Brasil, devem ser consideradas ao se programar uma visita à cidade. Mas não podem ser um impeditivo. É o cuidado que se tem que ter em qualquer grande aglomeração urbana no Brasil, seja em Recife, Manaus, Porto Alegre, São Paulo ou Rio de Janeiro. Andar esperto, não ostentar os pertences, não se descuidar. Não estamos na Noruega, onde os policiais sequer portam armas. Infelizmente temos que andar sempre ligados. Mas o Rio não é um bicho de sete cabeças. Ao menos esta foi nossa experiência recente na cidade. Talvez tenhamos tido sorte. Talvez o mais normal seja não acontecer nada mesmo.

Quanto à organização, ficamos muito bem impressionados com o transporte, especialmente o metrô, que é limpo e não esteve lotado em nenhum momento em que o pegamos. Não sei como a coisa funciona para os bairros mais afastados, onde mora a população mais pobre, mas nas áreas turísticas o transporte, tanto do metrô como de ônibus, funciona bem. Também gostamos da organização em relação ao acesso às principais atrações - como o Bondinho e o Cristo. Achamos apenas que a enorme fortuna histórica da cidade poderia ser um pouco mais bem preservada e, principalmente, ter um projeto turístico mais bem estruturado. Há pouca sinalização, e muitos turistas podem passar batidos por prédios e construções importantíssimos do ponto de vista histórico. É necessário um olhar mais cuidados para esse aspecto, porque o que a cidade tem a oferecer pra quem gosta do assunto é riquíssimo. Praticamente tudo de importante da História do Brasil está relacionado à cidade. Caminhar por seu centro histórico foi, para mim que não o conhecia, um maravilhamento atrás do outro.

Tenho que fazer uma consideração também a um fato que considero muito importante para qualquer turista: a possibilidade de tirar fotos em todas as atrações. Claro que há restrições de flash nas igrejas e em alguns museus, mas em todos os lugares é permitido fotografar, ao contrário de algumas chatices que vemos pelo Brasil, muitas vezes sem nenhuma justificativa lógica.  

Por último, mas certamente não menos importante, estão os cariocas. Povo marrento, que passa a impressão de petulância muitas vezes, mas em geral muito receptivo com visitantes. Me lembro de um momento em que estávamos analisando um mapinha turístico dentro do ônibus e uma mulher, sem ser solicitada, começou a nos ajudar com a dúvida que tínhamos. E coisas parecidas aconteceram outras vezes. Deve ser o ar de praia junto com montanha, vai saber. O fato é que são quase todos muito simpáticos, e não olham pra você como quem diz "o que esse turista está fazendo na minha cidade?". Pelo contrário, eles amam sua cidade, e se orgulham de mostrá-la. Assim me pareceu.

Mesmo com nove dias, ainda faltaram muitas coisas para ver. Por conta do tempo instável, acabamos conhecendo poucas praias, deixando de ir, por exemplo, à Barra da Tijuca e à Grumari, duas que tínhamos programado de visitar. Também não visitamos nenhuma favela, coisa que ainda pretendo convencer a Chris de ir. Mas comentei com ela que é bom que tenhamos deixado coisas por fazer. É uma excelente desculpa para voltarmos. E prometo, Rio, não tardaremos, principalmente agora que eu sei que, além de linda, você é uma anfitriã das mais atenciosas.  



Provas de amor: o Cristo que eu fiz na Chris (desenho muito!)...


...e o bondinho que ela fez em mim