terça-feira, 12 de abril de 2016

Serra Catarinense, entre montes e cachoeiras

(Não se esqueçam, basta clicar nas fotos que elas ficam ainda maiores! Depois é só dar "esc" e voltar a ler)

 

A viagem

Cidades: Urubici, São Joaquim e Bom Jardim da Serra
Data: 29/02/2016 a 05/03/2016

A Serra Catarinense não se limita às três cidades listadas acima, mas elas são certamente as queridinhas do turismo na região. Famosa pelo frio, a serra catarinense não raro registra temperaturas abaixo de zero no inverno, além de neve, o que atrai muitos turistas. Em março encontramos temperaturas agradáveis na maior parte do tempo, embora de manhã e de madrugada sempre rolasse um friozinho mais intenso. Perdemos a visão da neve, mas ganhamos em atrações mais vazias e sem fila. Abaixo vamos falar um pouco sobre cada uma das cidades. Nos hospedamos apenas em Urubici e São Joaquim, portanto a parte sobre Bom Jardim da Serra será mais curta. Também entrará no relato, ao final, um pequeno adendo sobre a cidade de Lages, por onde passamos rapidamente.

1 - Urubici

Nosso primeiro destino na serra. Descemos de avião em Florianópolis, pegamos o carro alugado e cerca de três horas depois chegamos à Urubici. Eram onze da noite, e a cidade estava completamente deserta. Fomos diretamente para a:

Pousada do Coqueiro

Fomos recebidos na sede da pousada pelo Fernando, que nos guiou de carro até nossos aposentos. Isso mesmo, existem alguns quartos na sede, mas os chalés ficam a cerca de 1,5 km dali, isolados, lembrando um filme de terror. Mas a cidade é tão tranquila que não dá pra ter medo. Os chalés tem dois quartos, um em cima e um embaixo. Nós ficamos com a parte de cima, que se assemelha a um sotão, porque é bem pertinho do telhado. Tem frigobar, TV de tela plana, ar-condicionado e varanda, tudo por 150 reais a diária. O café da manhã, incluso na diária, é bem simples. A localização é boa, pertinho do centro da cidade. 



Quando o Jason vai aparecer?


Dá pra jogar xadrez no chão!


Era difícil enxergar a TV tão longe, mas tá valendo

No dia seguinte nosso primeiro passeio na cidade foi no:

Morro da Igreja
 

Antes de visitá-lo, é preciso pegar autorização na sede do ICMBio, que fica no centro da cidade. É rápido e sem burocracia, ao menos em março. Depois pegamos uma estradinha de asfalto até chegar à estrada de terra que leva até o morro. Há uma certa disputa entre as prefeituras de Urubici e de Bom Jardim da Serra pela "posse" do morro, já que o topo dele pertence a Bom Jardim da Serra, mas a estrada que leva até lá pertence a Urubici. Tecnicalidades à parte, a estrada de terra está em boas condições, e o acesso é bem tranquilo. Lá em cima há uma base militar da aeronáutica, onde foi registrada extra-oficialmente a menor temperatura do Brasil, em 1996: -17,8 Cº. A vista é muito bonita, com destaque para a pedra furada, de nome auto-explicativo. Com tempo aberto e bastante sol, a temperatura estava longe do recorde negativo, mesmo sendo bem cedinho. 


Chris, a pedra furada e a serra


Azuis, verdes e Fê

Na mesma estradinha de terra que leva ao Morro da Igreja está também a:

Cachoeira Véu de Noiva

Puuuuta nome criativo, né? Deve ter umas trocentas com o mesmo nome no Brasil. Fica em propriedade particular, e paga-se cinco reais por pessoa pela visita. Na entrada há um restaurante, que vende também artesanato e produtos típicos. Depois de uma caminhada de cinco minutos, se tanto, chega-se à queda d´água, que estava com pouco volume, mas tem sua beleza, embora não chegue a ser assim um véu de noiva daqueles de arrastar igreja afora. Forma um bom poço para banho, mas não nos atrevemos a isso.



Tirada por uma transeunte que esperava o namorado voltar do mato. Sério.

Saímos da estradinha de terra e voltamos à estrada principal, para visitar a:

Serra do Corvo Branco

Se percorrida até o fim, leva de Urubici a Grão Pará. Mas a maioria das pessoas só vai até o topo para bater umas fotos, já que o asfalto não está em boas condições. Para chegar até lá pega-se uns 5km de estrada de terra bem complicada, com muitas pedras. No topo há asfalto. Para ser construída a estrada exigiu um corte de 90m de rocha basáltica, "o maior corte rodoviário trincheiro do país", conforme está escrito em uma placa lá no alto. A vista é muito bonita, e o paredão de rocha impressiona.



Não é mesmo o maior corte rodoviário trincheiro do pais?


Chris e os paredões de rocha basáltica


Neste trecho a estrada ainda é boa, imagine o resto

No caminho de volta para o centro de Urubici paramos na:

Gruta de Nossa Senhora de Lourdes
 

Lugar bonito, com um cânion e uma fina queda d´água, e uma gruta com uma imagem grande de Nossa Senhora de Lourdes, além de dezenas de imagens menores, que nós supomos tenham sido levadas pelos fiéis. O lugar transmite paz até para quem não é devoto, graças à bela paisagem.


Chris e Nossinhórdilurdes


O Fê tá tentando olhar pro sol

De volta ao centro da cidade conhecemos a:

Igreja Matriz Nossa Senhora Mãe dos Homens

A igreja é bem grande para uma cidade tão pequenina. Sua arquitetura nos encantou, já que é bem diferente do que se costuma ver. Tem formato arredondado, lembrando um pouco a Igreja de São Francisco de Assis em Belo Horizonte, projetada por Niemeyer. 



Entre "estranha" e "bonita" eu fico com bonita

Nosso objetivo era jantar no restaurante A Taberna, mas descobrimos que fora da alta temporada ele só abre aos finais de semana. Acabamos indo ao:

Restaurante Urubici Park Hotel

Bem simples, com pratos caseiros e preço bom. Pedimos frango com acompanhamentos e uma omelete, tomamos uma Original, e ficou tudo em 41 reais. Comida um pouco insossa, mas pelo preço não dava pra exigir muito.



Quarenta mangos? Tá lindo.

No dia seguinte fomos conhecer o:

Morro do Campestre

Saindo da cidade sentido Rio Rufino, depois de oito quilômetros de estrada de terra chega-se à Fazenda Morro da Cruz. Ali paga-se uma taxa de cinco reais por pessoa, e pega-se uma subida bem íngreme de cerca de um quilômetro. Aqui não dá para hesitar, tem que engatar a primeira e subir, porque se o carro der uma paradinha é capaz de não subir mais. Complicadinho. Lá em cima a vista para o Vale do Rio Canoas compensa o estresse. Ainda dá pra subir mais uns dez minutinhos a pé até o alto do morro, mas a vista da clareira onde o carro fica parado já é suficiente.



Chris contempla o Vale do Rio Canoas


À direita dá pra se ver nosso Celtinha


A pequenez humana ante a força da natureza. Ou a Chris no morro mesmo.

Pegamos então a estrada sentido São Joaquim, mas por enquanto apenas para conhecer algumas atrações no caminho. A primeira delas é o:

Mirante

Dá para se ter uma noção exata do tamanho da cidade, já que dá para vê-la quase inteira do mirante, ao menos sua área urbana. De cima ela nem parece tão pequena.



Com vocês, Urubici!

Seguindo pela mesma estrada, conhecemos a:

Cachoeira do Avencal
 

Existem dois acessos, um para a parte alta e um para a parte baixa da cachoeira. Ambos são bem distantes um do outro.

Para a parte alta o acesso é mais fácil e mais sinalizado. Uma estradinha de terra sai da estrada principal e leva até um restaurante, que cobra cinco reais por pessoa e oferece estrutura com tirolesa, muros de segurança e dois mirantes. É possível avistar a queda sem pagar a taxa e sem entrar no restaurante, mas perde-se um pouco em conforto e segurança, já que não há onde estacionar o carro e nem há muros de proteção. A vista impressiona: paredões de rocha gigantes e uma cascata caindo de uma altura de 100 metros. A cascata é formada por um pequeno córrego, por isso não tem muito volume de água.



Mirando a cascata do mirante


Tente não olhar pra cara estranha do fotógrafo e ver de onde nasce a cachoeira

Para a parte baixa, o acesso está "disfarçado", como bem nos disse um local para quem perguntamos como chegar até lá. Saindo de Urubici, logo depois de passar pelo cemitério, há uma saída para uma estrada de terra, sem nenhuma placa indicando a cachoeira. A estrada chega na pousada Eco do Avencal, por onde se dá o acesso à trilha. Parte dela é feita de carro, em estrada de terra razoável, e a parte final é feita a pé, em trilha pela mata e depois pelo meio das pedras. A trilha pelas pedras é intuitiva, já que não há um "caminho das pedras" definido, cada um faz o seu. Dá um trabalhinho, mas vale a pena. O tempo estava nublado e o vento nas águas fazia parecer que estava chovendo, fazendo a gente ficar com bastante frio. Por conta disso não chegamos até o poço para banho que se forma na base da cachoeira.


Ensinai o caminho das pedras


Estamos chegando...


E chegamos!

Voltando ao centro fizemos uma paradinha para tomar uma no:

Bodegão da Serra
 

O nome meio tosco não condiz com o lugar, que se assemelha a um saloon do lado de fora, e dentro conta com um empório cheio de produtos da região, uma loja de roupas e outra de apetrechos gaúchos (cuia de chimarrão, poncho, bota, etc), panelas de pedra sabão e um pouco de artesanato. Também há um restaurante com pratos rápidos. Fomos muito bem atendidos e pedimos uma tábua de frios (R$ 35), que veio muito bem servida com dois tipos de queijo, salames e lombinhos, quase tudo feito na região, e tudo muito bom. Também tomamos duas cervejas Saint Beer In Natura (R$ 20 cada!), produzida em Joinville. 


A entrada do Bodegão, lembrando um saloon


Uma garrafa pet com gelo mantém a temperatura da breja. Legal, né?

À noite jantamos no:

La Fondue Muller

Esta experiência está relatada com detalhes (ambiente, avaliação, preço, etc) em nosso outro blog, que pode ser acessado aqui.

Conclusão sobre Urubici

Quem espera uma cidade serrana como Campos do Jordão ou Gramado pode se decepcionar com Urubici. A vibração é muito mais de uma cidade interiorana, tranquila e pacata. Não há estresse, não há trânsito, não há barulho. Quer dizer, talvez haja um pouco disso na alta temporada, mas não creio que seja em grande escala. A hospitalidade é uma marca local, assim como aconteceu em todo o resto de nossa viagem por Santa Catarina. Bom atendimento e simpatia genuínos em todos os estabelecimentos que visitamos. Tanto sossego tem seu preço, e à noite não se encontra muito mais do que quatro ou cinco restaurantes abertos, especialmente no começo da semana. É um lugar de paz, e é esta palavra que vem à cabeça ao se lembrar de Urubici. Acho que é uma boa palavra.


Dia de semana, meio da tarde, uma dificuldade louca pra estacionar no centro


2 - São Joaquim
 

Entre as três queridinhas do turismo na serra catarinense, provavelmente São Joaquim é a mais queridinha, e com estrutura turística mais robusta do que suas colegas. Mesmo quem nunca foi já deve ter ouvido falar na cidade como sinônimo de frio e de temperaturas negativas. Partindo de Urubici, a viagem até lá é bem tranquila, em estrada de asfalto boa e bem sinalizada. A curiosidade são as placas avisando do perigo de gelo na pista. A estrada piora um pouquinho quando se chega a uma bifurcação que leva do lado esquerdo para Bom Jardim da Serra e do lado direito para São Joaquim, com cerca de quarenta quilômetros de distância entre uma e outra. Embora estivéssemos hospedados nesta última, ficamos intercalando entre as duas durante nossa estadia, de acordo com os humores do clima e de nossa programação. Por isso a ordem cronológica não vai ser muito respeitada, já que vamos falar primeiro de uma cidade e depois da outra.

Em São Joaquim nos hospedamos na:

Pousada Monte Carlo

Fica em um belo casarão, e dá para perceber que se trata de uma casa transformada em pousada, pelo disposição dos cômodos. Adoramos nosso quarto, muito charmoso, com TV de tela plana, móveis bonitos, banheiro amplo, frigobar e até banheira. O café da manhã é bem servido, com diversos pães e bolos diferentes. A localização é razoável, já que para acessar a pousada é necessário subir uma rua muito íngreme, bem complicada para quem não estiver de carro. Mas não é longe do centro. Diárias a 220 reais. 



Nossa casa em São Joaquim


Com banheira e tudo

O primeiro lugar que visitamos em São Joaquim foi o:

Centro de Informação Turística
 

É um ótimo começo para quem chega na cidade. Ali são distribuídos mapinhas turísticos e fôlderes diversos, e os jovens guias são muito solícitos em fornecer informações sobre os passeios na região. Fica na Praça Cesário Amarante, no centro.


Chove na terra da neve

Um excelente lugar para compras é a:

Exponeve

Trata-se de uma exposição permanente de artesanato local, instalada em um grande galpão. Bem organizado e diversificado, com diversos estandes de artesãos locais, com itens variados e muita coisa bonita e diferente. Os preços também são bons. Não é difícil chegar de carro, já que há placas por todo lado indicando o local. Fica distante para ir a pé.



Porque pagar mico é intrínseco a todo turista

Vale a pena bater perna no centro da cidade. Fizemos isso logo cedo em nosso primeiro dia por lá, começando pela:

Igreja Matriz de São Joaquim

Também conhecida como "igreja de pedra", é toda feita de pedra basalto, e foi concluída em meados do século XX.



A igreja é de pedra basalto e a Chris de pedra de gelo

Em frente à igreja está a bela e bem cuidada:

Praça João Ribeiro

Conta com um pequeno espelho d´água que costuma ficar congelado nos invernos mais rigorosos



Ali atrás o espelho d´água que pode congelar

Ao lado da Praça João Ribeiro fica a Câmara Municipal, onde está o:

Monumento Manoel Joaquim

Feito em homenagem ao fundador da cidade, nascido em Piracicaba (SP), é todo talhado em um tronco único de araucária.



Monumento de madeira e cara de pau

Não muito longe dali, na Praça Cesário Amarante, está o:

Museu de Arte de São Joaquim

Fica dentro da Casa de Cultura. É bem pequeno, mas conta com alguns quadros bem interessantes, inclusive com dois trabalhos de Cândido Portinari.



Chris caminha plácida entre obras de arte

Com mais alguns metros de caminhada chega-se ao:

Museu Histórico Municipal

Fica instalado em um sobrado antigo onde costumavam morar os juízes da cidade. Há mobiliário antigo que pertenceu a ilustres moradores locais. A visita é guiada, mas o guia não acrescenta muito ao que já está escrito nas placas explicativas. 



É louco aquele 3 em 1, com vitrola, rádio e TV

Seguindo pela mesma rua chega-se à:

Escadaria Belvedere

Não tem finalidade estritamente turística, já que é via de passagem de moradores de um bairro próximo ao centro. Talvez por isso esteja um pouco largada e mal-cuidada, o que é uma pena. Do alto dela tem-se uma boa vista da cidade.



O melhor é tentar olhar pra vista, não pro chão

Se a fome apertar, ali pertinho está o:

Divino Grão

Café bem charmoso, onde fomos duas vezes. Tem uma enorme mesa com tampo giratório, além do balcão e outras mesinhas. Serve variados tipos de café, lanches e salgados, e também funciona como restaurante no almoço e no jantar. Em uma cidade com poucas opções para um lanchinho, este aqui é tiro certo.



Um café, uma cerveja, um tampo giratório, o universo

Tivemos dois jantares em São Joaquim, e nas duas vezes fomos ao restaurante:

Pequeno Bosque

Esta experiência está relatada com detalhes (ambiente, avaliação, preço, etc) em nosso outro blog, que pode ser acessado aqui. Vale acrescentar que gostamos do restaurante, mas o motivo principal de termos voltado a ele em nossa segunda noite é a falta de opções gastronômicas na cidade.

Hoje São Joaquim também é famosa pela produção dos chamados vinhos de altitude. Várias vinícolas estão abertas à visitação, e talvez a mais conhecida delas seja a:

Villa Francioni

A visitação custa trinta reais, que podem ser revertidos em compras ao final, e passa pelos tanques de fermentação e pela cave, terminando com uma degustação de cinco rótulos da vinícola. A visita é bem formal, com o guia vestido de terno e gravata e com discurso bem decorado. A propriedade é belíssima, e vale a pena ser conhecida mesmo para quem não for fazer a visita, ou até para quem não gosta de vinhos.



Esta é a entrada que fica bem na estrada


Não é Europa não, é Brasil! Até porque tem araucária, que é nossa


O lugar que importa, onde se entorna o sagrado líquido

Conclusão sobre São Joaquim

Bem mais estruturada do que suas vizinhas Urubici e Bom Jardim da Serra, a cidade por outro lado perde no quesito atrações naturais. Seu centrinho organizado faz dela um destino mais indicado para famílias e até mesmo casais em busca de mais conforto. Embora o trânsito não seja caótico, há momentos do dia em que pode ser um pouco estressante circular de carro pelas ruas principais. A maioria dos estabelecimentos fecha no horário de almoço (das 12h às 13h30), o que pode ser bastante frustrante. A oferta de bons restaurantes ainda é bastante tímida. Falta um pouco mais de investimento para que a cidade seja atraente o ano todo, e não apenas durante o inverno. Se excetuarmos as vinícolas, a cidade toda mal rende um dia de passeios. Convenhamos, é pouco para o potencial que a cidade possui.



Com um pouco mais de investimento na cidade, este poderia ser um portal mágico

3 - Bom Jardim da Serra

Dentre as três cidades que fazem parte deste post, esta foi a única em que não nos hospedamos, embora esta tenha sido nossa idéia inicial. Acontece que a cidade estava recebendo um evento de ciclistas, e os hotéis estavam lotados, por isso acabamos ficando em São Joaquim. A beleza da cidade já começa pelo nome, e entre suas atrações naturais há alguns cânions, que só podem ser visitados com guia. Já tínhamos reservado o passeio com antecedência, mas infelizmente o clima não ajudou, e tivemos que cancelar.

A cidade se desenvolve às margens da Rodovia SC-438/SC-390, e tem um relevo bem acidentado, como se estivesse (e está!) fincada no meio da serra. Ao se seguir pela rodovia, chega-se aquele que é provavelmente o maior cartão postal de toda a Serra Catarinense. Trata-se da:

Serra do Rio do Rastro

É um trecho de 23 km da SC-438, que liga Bom Jardim da Serra a Lauro Muller. Para quem vem de Bom Jardim, os primeiros 7 km são extremamente sinuosos, descortinando toda a serra e o trajeto da estrada, que serpenteia pelo meio da montanha. Os outros 17 km tem menos curvas e são bem mais amenos.

Chegamos ali em um dia nublado, sem visibilidade nenhuma. Estamos a 1421 metros de altitude, portanto estar nublado significa estar no meio das nuvens, literalmente. Ainda assim resolvemos descer, porque não sabíamos se teríamos outra oportunidade. A descida com serração e pista molhada exige cuidado, que deve ser redobrado no inverno, quando é normal nevar por ali, e a serra fica toda coberta de branco. Também é normal encontrar caminhões bem lentos pelo caminho, e aí tem que ter paciência, porque há poucos pontos de ultrapassagem. Só torça para não ser um caminhão de porcos, como aconteceu conosco. Duas vezes!



"Tô vendo tudo"


Caem cachoeiras pelo meio da estrada

A estrada termina na cidade de Lauro Muller, pequena e sem muitos atrativos. 

Praça em Lauro Muller, onde não tinha muito o que fazer, mas fizemos nossa graça

Pegamos a serra de volta, mas ficamos um pouco frustrados, por não termos visto a famosa Serra do Rio do Rastro em um dia claro. No dia seguinte voltamos à cidade, mas não com o intuito de voltarmos à serra. Ao percebermos que o tempo estava melhor, fomos ao mirante da Serra do Rio do Rastro. No dia anterior nem tínhamos conseguidos visitá-lo direito, já que não havia o que mirar com o tempo fechado. Para quem não tem tempo de descer a serra, aqui está um ótimo lugar para se ter uma bela visão de toda a estrada. Aqui também ficam as melhores lojas de artesanato da cidade.

Se não for descer, vá ao menos mirar

Como se vê, desta vez demos sorte, e decidimos fazer o percurso com o tempo aberto. Aliás, nesta segunda vez nem fomos até o final da serra, andamos só os primeiros 7 km. O timing foi perfeito, já que quando subíamos a serra o tempo ficou nublado de novo. No fim das contas foi interessante porque conseguimos ter duas experiências distintas no mesmo lugar. Chris não sabe dizer em qual das vezes sentiu mais medo.
 


Agora sim, só alegria

Tem um busão passando lá em cima, dá pra ver?

Na beira da estrada que leva à Serra do Rio do Rastro, com fácil acesso, está a:

Cachoeira da Barrinha

Fica bem pertinho do portal de entrada da cidade. Basta parar o carro no acostamento e descer uma escadinha para dar de cara com ela. Forma um bom poço para banho, ao qual não me atrevi (Chris nem se fala), e tem uma bela paisagem em seu entorno.
 

A fotógrafa é meio metida, mas é preciso dizer: puta foto!

Essa, tirada pelo Gaspar, também tá linda

Também andamos um pouquinho no centro da cidade, que não tem muitos atrativos. Visitamos a:

Igreja Matriz Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Tem um formato cônico, e por dentro a parede tem azulejos como se fosse uma cozinha. A praça em frente à igreja tem uma fonte feita de pedras bem interessante.


A igreja, a fonte e a donzela

A parte de trás da igreja, com um rio serpenteando a mata, uma floresta de araucárias e algumas pequenas propriedades, mostram bem o clima da cidade, bucólica e rural.


Coladinha no centro, toda essa beleza

Conclusão sobre Bom Jardim da Serra

Como pode ser visto na foto acima, a cidade tem ares interioranos, como sua vizinha Urubici. Tem a particularidade de ter a Rodovia SC-438 como sua principal avenida, cortando a cidade no meio. Seu relevo acidentado também a torna bem peculiar. Infelizmente o tempo feio não nos permitiu conhecer algumas de suas principais atrações, como os cânions e o salto do Rio Pelotas. Mas conhecer a icônica Serra do Rio do Rastro e a bela Cachoeira da Barrinha já nos foi suficiente para termos uma bela impressão da cidade.



É assim, rio e mata pra todo lado

Quando estávamos indo embora da Serra Catarinense com direção ao nosso destino seguinte demos uma passadinha na cidade de:

Lages

Embora não seja tão visitada e conhecida pelos turistas, é a maior cidade da serra catarinense, com quase 160 mil habitantes. Aqui os prédios altos são comuns, o centro da cidade é agitado, com um comércio forte, ao contrário do que acontece nas outras três cidades. Ficamos frustrados porque o Centro de Informações Turísticas estava fechado em pleno sábado à uma da tarde. Mais um sinal de que não é mesmo uma cidade tão voltada ao turismo.

O forte aqui é o turismo rural, mas não tínhamos muito tempo, então apenas demos uma passada no centro para conhecer a bela:

Catedral de Nossa Senhora dos Prazeres

Toda feita com blocos de pedra de arenito, comum na região, a igreja é muito bonita e forma uma belo conjunto com a Praça João Ribeiro, logo em frente.



A bela catedral feita de pedra de arenito


Bonita e amarelada por dentro

Ainda fizemos uma refeição em Lages, no:

Juliu´s Café

Fica bem em frente à Praça João Ribeiro onde está a catedral. Comemos duas saladinhas e tomamos dois suquinhos. Os diminutivos continuam, porque estava gostosinho. Mas demorou um montão pra chegar.



Com a catedral lá no fundo

Da Serra Catarinense seguimos para o Vale do Contestado, também em Santa Catarina, assunto de nosso próximo post.
                                                                              












3 comentários:

  1. fiquei com vontade de ir ao Bodegão CURTIR a tábua de frios e a cerveja...

    ResponderExcluir
  2. Essa Serra é linda, cheia de lugares bacanas para quem gosta de caminhadas

    ResponderExcluir
  3. Paisagens lindas,boa gastronomia, pousadas acolhedoras.

    Estradas complicadas, frio, sem praia.

    Pontos positivos e negativos.

    Bom saber sobre as serras catarinenses com tantos detalhes.

    Quem sabe um dia, desde que alguém dirija o carro...

    ResponderExcluir