segunda-feira, 18 de abril de 2016

Vale do Contestado, sem guerra e sem estresse

(Não se esqueçam, basta clicar nas fotos que elas ficam ainda maiores! Depois é só dar "esc" e voltar a ler)




A viagem

Cidades: Treze Tílias, Joaçaba, Água Doce, Tangará, Pinheiro Preto, Videira e Fraiburgo
Data: 05/03/2016 a 08/03/2016

A região do Vale do Contestado fica no meio oeste de Santa Catarina, e tem esse nome porque ali aconteceu a Guerra do Contestado, uma das maiores guerras civis da História do Brasil. O conflito se deu entre a população revoltada e os governos federal e estadual, por um problema de terras, já que a população não concordou com a cessão de terras, por parte do governo, para a empresa Southern Brazil Lumber & Colonization Company, que construía na região a Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande e ganhou do governo 15 km de cada lado da ferrovia. O pau cantou por ali por cerca de quatro anos seguidos, e as lideranças populares tinham algo de messiânicas, mais ou menos como na Guerra de Canudos.

Depois dessa pitadinha de História, voltemos à nossa viagem. Quando começamos a programar nosso passeio por Santa Catarina, já tínhamos como certo que iríamos para a serra e para o Vale Europeu (Blumenau e cercanias). Mas quando lemos sobre a cidade de Treze Tílias, colônia austríaca que é a principal cidade turística da região do Vale do Contestado, resolvemos dar uma esticadinha até lá. Descobrimos que Treze Tílias era apenas a ponta de um belo iceberg, repleto de pequenas cidades que rendem deliciosas paradas.

Ficamos hospedados em Treze Tílias, e portanto é a cidade que acabamos conhecendo mais profundamente, e que ganhará um relato mais completo aí abaixo. As outras cidades pelas quais passamos terão um espaço mais curto, apenas para dar uma noção da riqueza da região.

1 - Treze Tílias

Aconteceu mais ou menos assim: o Ministro da Agricultura austríaco, Andreas Thaler, preocupado com a crise econômica em seu país após a 1ª Guerra Mundial, queria encontrar um lugar para começar uma nova vida com sua família. Decidiu vir para o Brasil, onde procurou um lugar que fosse semelhante ao Tirol austríaco, região de onde ele vinha. Foi assim que ele e mais algumas centenas de imigrantes vieram para cá e fundaram a cidade em 1933. Claro que a Áustria está muito presente na cidade, tanto nas construções como na gastronomia, cultura e até na língua, já que não é incomum ouvir pessoas conversando em alemão (idioma oficial da Áustria) pela cidade. O nome da cidade vem de um poema do austríaco Wilhelm Weber. Tília é uma árvore tipicamente austríaca, que se adaptou bem ao Brasil.

Nos hospedamos no:

Hotel 13 Linden

Depois de termos nos hospedado em duas pousadas na Serra Catarinense, este foi o primeiro hotel da viagem. Algumas coisas mudam para melhor, outras para pior. Há telefone no quarto e a ducha é muito melhor, mas em compensação o atendimento perde um pouco do carinho e atenção das pousadas. Por exemplo, o recepcionista do hotel não "tirou o cu da cara", conforme escrevi no diário de viagem que agora consulto para escrever este texto. Mas o quarto é espaçoso, com móveis novos, varanda, frigobar, TV com canais por assinatura e bom café da manhã. Tudo por uma diária de R$ 200. Fica muito bem localizado, na entrada da cidade, mas pertinho do centro, já que o município é bem pequenino.



A bela fachada do 13 Linden


Padrão hotel


Treze Tílias da varanda

Em época de Páscoa, estava lindamente decorada a:

Prefeitura de Treze Tílias

O prédio é bonitinho e certamente será avistado por qualquer visitante, já que fica em uma das principais avenidas da cidade. Mas demos sorte de estar por ali perto da Páscoa, e a decoração estava uma fofura só. Chris ficou encantada. Eu me segurei mais na empolgação porque não fica bem ficar dando gritinho de "ai, que lindinho". Mas que tava lindinho, isso tava.



Não tá lindinho?


Agora mais lindinho ainda

Bem em frente à Prefeitura está a:

Praça Andreas Thaler

Em homenagem ao austríaco fundador da cidade, e que é referido por todos os moradores apenas como Ministro, sinal do respeito que lhes têm. A praça, em descenso, é muito bonita, tem jardinagem caprichada, uma estátua do Ministro e uma bela fonte que decai em uma cascata até um pequeno espelho d´água já próximo à calçada.



A praça do Ministro


Tem um Fê perto da fonte, e a prefeitura ao fundo

No alto da praça está a:

Igreja Matriz de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Treze Tílias também é famosa pela arte de esculpir em madeira, e dentro da igreja matriz isso pode ser percebido pelos santos que a decoram, e também pela via sacra feita com a técnica. 



Estes são esculpidos em carne e osso


Tudo em madeira do lado de dentro

Uma das atrações mais famosas da cidade é o:

Parque do Imigrante

Área arborizada com pedalinho e lago com carpas. Mas não vimos nada disso, porque o parque estava fechado para manutenção. O problema, segundo nos disseram, é que as carpas procriaram demais, e começaram a morrer, causando mau-cheiro. Daí que só fomos até a portaria a tiramos uma foto ao lado do grande busto de Jesus Cristo, feito em homenagem aos seus 2 mil anos. De Jesus, no caso.



"Me deixa ver as carpas mortas!"

Outro parque famoso na cidade é o:

Parque Lindendorf

Embora este seja seu nome oficial, quase todos se referem a ele como "minicidade". É porque uma de suas principais atrações é uma grande maquete da cidade de Treze Tílias, feita com riqueza de detalhes. Mas há também uma pequena trilha onde há um avestruz (o Pataca, que tava bem louco cavucando o chão), uma capivara (que não vimos) e alguns carneiros, além de um grande lago com carpas. O parque ainda conta com uma boa loja de artesanato local e um restaurante de comida austríaca, que tem um palco onde acontecem shows tradicionais aos finais de semana. A entrada custa R$ 12.



Veja que "minicidade" está antes do nome de fato do parque


E aí está a famosa minicidade


Aí o Pataca que nem louco cavucando o chão

Para conhecer mais da história da cidade vale visitar o:

Museu Municipal Andreas Thaler

Assim como acontece com o Parque Lindendorf, que tem um nome oficial e um alternativo, este museu só é chamado de Castelinho, até mesmo em fôlderes turísticos da cidade. O motivo é óbvio, basta ver a foto abaixo. O local era residência de Andreas Thaler, fundador da cidade, e foi utilizada por sua família após a sua morte, virando museu apenas em 2002. Guarda fotos e objetos antigos de uso dos Thaler e de outros imigrantes, e fotos de todos os "lotes" de imigrantes austríacos e italianos que chegaram à região. Pensamos que deve ser interessante, para os moradores, ir até o museu e reconhecer seus avós ou bisavós nessas fotos. Mas o museu é bem simples e está um pouco mal cuidado, com alguns objetos amontoados nos cômodos. É gratuito.



O Castelinho no alto do morro


"Fê, boa cozinha desde 1935"

Para comprar lembranças da cidade uma das opções é a loja:

Mundo Tirolês
 

Se auto-denomina a "maior loja austríaca do Brasil". De fato é bem grande e não se limita a ser apenas uma loja, já que sua ambientação reproduz as paisagens e cenários da região do Tirol austríaco. Tem badulaque de tudo que é tipo: cachaça, licor, roupas, acessórios, imãs, enfeites, etc. Existem roupas tipicamente austríacas à venda, mas são caras e, convenhamos, não seriam usadas quase nunca. Por isso sentimos falta (Chris principalmente) de uma opção, comum em lugares turísticos, de tirar foto com a roupa típica para guardar de recordação. Seria uma boa sacada, e certamente faria sucesso, já que nós, turistas, adoramos esse tipo de coisa, mesmo que tenhamos que pagar.


Nem parece loja


Já que não tem, a gente improvisa

Como já dito, a cidade também é famosa pelas:

Esculturas em madeira
 

Treze Tílias é conhecida como a Capital da Escultura em Santa Catarina. São mais de duas dezenas de escultores cadastrados, todos com ateliês abertos à visitação, e com trabalhos importantes Brasil afora. Boa parte desses artistas tem o sobrenome Thaler, e são descendentes dos fundadores da cidade, trazendo a técnica ancestral de seus familiares. Além dos ateliês é possível aprecisar a técnica pelas ruas, nas casas, no consulado austríaco (o único no Brasil em uma cidade do interior), nos hotéis, igrejas, etc. Outro excelente lugar é a Secretaria de Turismo, que tem uma obra de cada um dos escultores cadastrados em exposição.


Fê e Jesus


Os detalhes em madeira do consulado


Um dos muitos ateliês da cidade

Pra comer um lanchinho ou tomar um café no fim da tarde a boa é o:

Café Haus

Fica bem no centro da cidade, pertinho da prefeitura. É um ótimo lugar pra sentar e ver a vida treze-tiliense passar. Também dá para tomar a cerveja Bierbaum, fabricada na cidade, e sobre a qual falaremos em breve.



O gostoso Café Haus

Das três noites que passamos na cidade, jantamos por duas vezes no:

Bierwein

Ficava bem pertinho do nosso hotel, e tem um cardápio bem variado, que vai desde as comidas típicas austríacas até prosaicas pizzas. Na primeira vez que fomos pedimos o Bierwein Típico, que trazia salsichão, chucrute, schnitzel (porco frito empanado), arroz, batata souté e salada. Custa R$ 69 e embora, pelo cardápio, seja para duas pessoas, serve umas quatro fácil fácil. Na segunda vez pedimos picanha, que também veio bem farta, com muitos acompanhamentos. Não nos decepcionamos em nenhuma das vezes, a qualidade da comida se mostrou razoável e o atendimento competente. Também é um bom lugar para experimentar as cervejas catarinenses, inclusive das duas cervejarias locais, a Bierbaum e a Linden Bier. 



"Agora pode chamar as outras quatro pessoas pra comerem junto"


Esse até que nós demos conta, viu?

Para ir direto à fonte da cerveja, a pedida é a:

Cervejaria Bierbaum e Restaurante Edelweiss

A loja da cervejaria fica ao lado da fábrica, e abre durante o dia para venda das cervejas e de suvenires. Para provar os produtos já geladinhos e servidos na mesa, basta esperar cair a noite e ir ao Restaurante Edelweiss, ao lado. Antes de falar do restaurante, um aparte sobre o nome Edelweiss. Trata-se de uma flor que é encontrada apenas em montes com mais de mil metros de altitude. Por conta da dificuldade em encontrá-la, simboliza o amor eterno do rapaz pela moça presenteada. A flor original é encontrada em várias peças de artesanato pela cidade e, diz-se, não morre nunca, ficando com a mesma aparência para sempre. Bonito, né? Pois bem, o restaurante oferece petiscos diversos e todos os rótulos da cervejaria Bierbaum, que são nove. Como eu já tinha comprado algumas garrafas à tarde na loja (não pra beber na hora, mas pra levar), quando fomos à noite experimentamos "apenas" os outros cinco estilos. São todos muito bons, e o atendimento é excelente. 



Amor eterno


Uma pilsen pra começar


Uma geral do lugar

Conclusão sobre Treze Tílias

Dá pra não gostar de uma cidade com pouco mais de 7 mil habitantes e que tem duas cervejarias artesanais? Brincadeiras à parte, a pequena Treze Tílias é uma delícia de cidade. Daquelas de andar e se deliciar com os detalhes dos prédios, das decorações na rua, da paisagem. É extremamente tranquila e segura, e tem boa estrutura turística, embora todos os estabelecimentos comerciais, e turísticos, fechem das 12h às 13h30. Mas este não é um problema só da cidade, mas de quase todas que visitamos no Vale do Contestado.

Infelizmente não tivemos tempo de conhecer as comunidades rurais, onde se firmaram os primeiros imigrantes. Outra boa opção é visitar a cidade na semana de 13 de outubro, quando se comemora sua fundação com a Tirolerfest, com danças típicas, desfiles e muito chopp. Segundo nos disseram, é uma festa que envolve quase a cidade toda, com quase todo mundo vestido de austríaco, inclusive os turistas. Mas mesmo sem o agito, há muitos motivos para conhecer Treze Tílias, como esperamos tenha ficado provado aí acima. Embora, como diz o clichê, seja "um pedacinho da Áustria no Brasil", ainda estamos em terras tupiniquins, para o bem ou para o mal. Pelo lado do bem podemos destacar a alegria e receptividade dos habitantes e pelo lado do mal o funk no último volume que vez ou outra pode ser ouvido nos carros que passam. Nem tudo é perfeito. Nem na Áustria.



Detalhes em madeira também no portal de entrada

A partir de agora vamos falar rapidamente sobre as outras cidades que visitamos no Vale do Contestado

2 - Joaçaba
 

Ainda estávamos hospedados em Treze Tílias e fomos até Joaçaba, que fica a 40 km, para almoçar em um restaurante estrelado pelo Guia 4 Rodas. Mas antes disso conhecemos um pouco da cidade, que tem como principal atração o:

Monumento Frei Bruno

Este religioso, que fez história na região por sua dedicação aos pobres e oprimidos, está em processo de beatificação pela Igreja Católica. A estátua de 37 metros de altura, no alto de um morro, tem bela vista de toda a cidade, e foi construída em 2002. No pé do monumento há um pequeno museu sobre Frei Bruno, que estava fechado quando visitamos o lugar. 



A bela Joaçaba vista de cima


Fê lá em cima, pequenino, perto do Frei Bruno

O restaurante que nos fez viajar até Joaçaba foi o:

Kraftwerk

Esta experiência está relatada com detalhes (ambiente, avaliação, preço, etc) em nosso outro blog, que pode ser acessado aqui.

3 - Água Doce

Continuávamos hospedados em Treze Tílias e fomos conhecer esta cidade que fica a apenas 19 km, e cujo nome não tem nada a ver com cachaça, como se poderia supor. A cidade foi batizada após um episódio pitoresco em que um tropeiro, João Líbia, que carregava açúcar em uma mula, teve um pequeno acidente, e caiu com carga e tudo em um rio. A trapalhada batizou o rio e a cidade, e hoje é homenageada no:

Monumento aos tropeiros e colonizadores


Inaugurado em 2006, registra o momento em que a mula de João Líbia derrubou o açúcar no rio. Fica ao lado da Secretaria de Turismo da cidade.


A mula se lascando
   
Também conhecemos a:

Praça João Macagnan e Igreja Matriz Nossa Senhora da Paz

A praça estava toda enfeitada com motivos pascoalinos, e tem também uma bonita fonte no centro. A igreja, bem em frente, está bem conservada



Chris adorou os ovinhos formando o nome da cidade


E em frente está a bem conservada matriz

Mas nosso principal objetivo em Água Doce era fazer a visita à:

Vinícola Villaggio Grando

Embora ainda esteja na área da cidade, fica bem afastada do centro, a cerca de 50 km de distância. Como as estradas não são duplicadas, a viagem durou por volta de uma hora, devido aos caminhões. No caminho Chris perguntava ao ébrio, "porra, tudo isso pra conhecer uma vinícola?". Eu falei que valeria a pena, mas nem sabia se confiava em mim mesmo. Chegando lá fizemos a visita guiada, só para nós dois, com uma guia/enóloga não muito carismática. Ela falou um pouco, bem pouco, sobre os vinhos, mostrou os tanques de inox e os barris de carvalho, mas quase não falou sobre a história da empresa, por exemplo. A visita ficou meio vazia. Mas a sala de degustação é tão linda que dá pra esquecer tudo isso. Um salão envidraçado, com lareira e piano de cauda, e uma vista para um lago cercado de pinheiros. Não dá pra fugir do lugar-comum: é de cinema. A degustação custa 45 reais por pessoa, passa por cinco vinhos da empresa, e é acompanhada de tábua de frios. Provamos alguns vinhos muito bons, como o Além Mar, feito com três uvas tintas e elaborado por um enólogo português. Depois da degustação descemos até o lago, que tem um píer, para tirar umas fotos.



Os petiscos pra acompanhar os vinhos


Fê pensando em comprar a propriedade


Fê e suas comprinhas, que não incluíram a propriedade


Fê no píer da propriedade que ele não comprou

As cidades que serão listadas a partir de agora foram conhecidas no caminho que fazíamos de Treze Tílias a Pomerode, nosso próximo destino em Santa Catarina. Passamos por quatro cidades diferentes dentro do Vale do Contestado, no período da manhã e começo da tarde, por isso os relatos serão mais curtos.

Começamos por:

4 - Tangará

Fica bem pertinho de Treze Tílias, logo depois da pequena Ibicaré. A estrada para chegar até lá estava beeeem ruim, mas ao menos estava em reformas, o que indica que logo logo estará em boas condições. A cidade é pequena, mas bem bonita, com o Rio do Peixe cruzando-a em alguns trechos. Existem várias vinícolas na cidade, mas não visitamos nenhuma por conta de ainda ser muito cedo. Também é famosa como um ótimo lugar para prática de vôo livre. Tiramos algumas fotos na:

Estação Ferroviária e Espaço Cultural Caio Pisani

O tal espaço cultural estava fechado (ainda eram oito da manhã), mas deu pra bater umas fotos na estação ferroviária inaugurada em 1910, e recentemente restaurada. O funcionamento dos trens ali é irregular. Uma pena, porque a região se valeria bem de um passeio turístico ferroviário.



O sol brilha em Tangará

Depois passamos rapidamente na:

Igreja Matriz de Santo Antonio

Data de 1961, não tem lá grandes atrativos arquitetônicos, e estava fechada, de modo que não pudemos conhecer por dentro.



A igreja fechada

Saindo de Tangará, pegamos a SC-303 e paramos na cidade de:

5 - Pinheiro Preto

Como várias cidades da região, Pinheiro Preto também se formou ao redor da construção da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, aquela mesma que gerou a Guerra do Contestado, citada no começo do post, e que ficou conhecida como Ferrovia do Contestado. Hoje Pinheiro Preto é conhecida como a Capital Catarinense do Vinho. Mesmo tendo apenas 3.000 habitantes, a cidade é responsável por 50% do vinho produzido no estado. Seu relevo é bem acidentado, com ruas bastante íngremes. A primeira atração que visitamos na cidade foi o:

Túnel Ferroviário

Considerado um marco histórico da Ferrovia do Contestado, por ser o primeiro e único túnel perfurado em sua construção. Ainda preservado, mas com aspecto antigo, fez Chris achar que ele se parecia com cenário de filme de terror - e ela adora filmes de terror. Pra mim pareceu mais com um filme do Indiana Jones.



Medo!

No centro da cidade demos uma parada nas:

Duas Pipas
 

Homenagem aos primeiros colonos da região, são duas pipas de madeira utilizadas por eles nas primeiras fabricações de vinho da cidade.


"Tomei tudo"

Também passamos no pequenino:

Museu e Arquivo Histórico de Pinheiro Preto

Bem simples, guarda algumas peças e objetos usados pelos primeiros moradores da região



Quero ver tocar isso aí

Saindo de Pinheiro Preto pegamos novamente a SC-303, com destino a:

6 - Videira

Depois de saírmos de Treze Tílias (6.341 habitantes) e passarmos por Tangará (8.757 habitantes) e Pinheiro Preto (3.396 habitantes), chegar em Videira (50.926 habitantes) foi como chegar em uma metrópole. E de fato chegamos a passar um certo estresse com o trânsito no centro, um tanto caótico. Tivemos inclusive que pagar uma espécie de Zona Azul local, coisa impensável nas cidades que visitamos anteriormente. Videira tem uma cervejaria premiada chamada Basement, que não tem loja para visitação, mas já tínhamos tomado alguns exemplares dela em Treze Tílias.

Ali conhecemos o:

Museu do Vinho Mário de Pellegrin

O prédio já chama a atenção, todo em madeira e muito bem conservado. O museu é pequeno, mas bem cuidado e bastante informativo. Conta com diversos objetos usados pelos primeiros colonos para fazer vinho. Pena que estávamos em trânsito, e não tínhamos tempo de aproveitar o museu com mais calma, fazendo a leitura completa das placas informativas, como gostamos de fazer. Outra curiosidade do museu é o "cantinho do curioso", presente em quase todas as salas. Trata-se de um peça em que os visitantes podem tocar, fazendo uma brincadeira com a costumeira restrição dos museus ao toque nas peças expostas. 



O bonito prédio que abriga o museu


Alguns rótulos antigos da região


Chris se afoga no Cantinho do Curioso

Ao lado do museu conhecemos a:

Igreja Matriz Imaculada Conceição

Finalizada em 1947 e construída em estilo barroco, forma um belo conjunto com a praça em frente. Infelizmente não pudemos conhecê-la por dentro, porque estava fechada.



Mais uma igreja fechada

A cidade é tão gigantescamente grande e enorme e colossal que tem até uma lanchonete:

Subway

Tá, não merecia estar aqui no blog, é carne de vaca, tem pra todo lado, mas a gente põe assim mesmo, porque foi nosso almoço. Fica bem em frente à bela Praça Nereu Ramos, bem no centro da cidade.


Lanche do dia no Subway

Nossa última parada nesse mini-tour pelo Vale do Contestado foi em:

7 - Fraiburgo

Conhecida como Terra da Maçã, a cidade é responsável por 60% da produção do fruto em Santa Catarina. Mas há muito mais para se fazer por aqui, como parques, trilhas e esportes de aventura. Notamos que a cidade marece mais do que uma rápida passada. Além do pouco tempo, ainda tivemos um sério agravante: chegamos ali ao meio dia, exatamente na hora em que TUDO fecha na cidade, para reabrir apenas às 13h30. Não podíamos esperar, porque ainda tínhamos muita estrada pra percorrer até nosso destino final em Pomerode. Uma pena. Mas deu pra conhecer algumas coisas. Começamos pela:

Praça Maria Frey

Em homenagem à esposa do fundador da cidade, cuja família deu origem ao nome do município. Vinda da França em 1919, a família abriu na região uma serraria ao redor da qual se formou a cidade. A praça é pequena, e tem aquele que é tido como o "maior termômetro de vidro da Amética Latina". Puta título, não? Estava todo enfeitada de Páscoa.


As orelhinhas de coelho na Chris foram sem querer, confesso

Ao lado da praça está uma curiosa atração da cidade, o:

Castelinho

Roger Biau é um agrônomo francês, que veio para Fraiburgo na década de 60, e foi o responsável por desenvolver a cultura da maçã na região, sendo inclusive considerado o Pai da Maçã no Brasil. Mas essa história quase não se concretizou. Sua esposa, Evelyne Biau, depois de dois anos de sacrifício, deixando sua França natal para trás, se cansou, imaginando que o marido ainda ficaria muito por ali, e resolveu voltar para a França. Claro que Roger teria que voltar com ela. Desesperados, seus sócios perguntaram o que poderiam fazer para convencê-la a ficar. Roger disse que a mulher sempre adorou casas, e vivia fazendo plantas. Os sócios então deram carta branca para ela imaginar a casa de seus sonhos, e construí-la em Fraiburgo. Foi daí que surgiu o Castelinho, que convenceu Dona Evelyne a ficar no Brasil. Inspirada na arquitetura da região da normandia, a casa não é aberta a visita, porque ainda é usada como residência.



O Taj Mahal brasileiro

Junto às primeiras serrarias, a família Frey, pioneira da região, também construiu uma barragem que deu origem a um lago, que existe até hoje, e é chamado de:

Lago das Araucárias

Um dos cartões postais da cidade, tem, como o nome indica, uma pequena floresta de araucárias em uma de suas margens. Tem cerca de 1.750 metros de diâmetro, e seu entorno é utilizado como área de lazer tanto para turistas como para os fraiburguenses. Estivemos ali em uma terça-feira na hora do almoço, portanto não havia muito gente utilizando a área.



Fê fazendo arte em frente ao lago

Como eu disse no início do post, a Guerra do Contestado tinha lideranças messiânicas, mais ou menos como Antônio Conselheiro na Guerra de Canudos. Foram três líderes durante a guerra, mas suas histórias se confundem, já que todos os relatos vem da população, e são recheados de lendas e imprecisões. A cultura popular fundiu os três em um só, conhecido como João Maria. Há na cidade, em sua homenagem, a:

Gruta João Maria

Diz a lenda que o monge gostava de se instalar perto de fontes, e que as águas eram abençoadas e tinham poderes de cura. A gruta estava fechada, mas é bem pequena, e deu pra ver tudo através da grade.



A gruta do monge


Entornos da gruta

Fraiburgo foi a última cidade que conhecemos no Vale do Contestado. Depois dela seguimos viagem para outra região catarinense, o Vale Europeu, que será assunto de nosso próximo post.




Um comentário:

  1. Adorei o hotel de Treze Tílias, a minha cara!

    Como a Chris, amei a decoração de Páscoa na região. Bela tradição!

    As cidadezinhas são encantadoras e gostaria de passear sem pressa.

    Da vinícola, gostei mais da propriedade que o Fê não comprou.

    A aula de história é ótima! Bora lá?

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